top of page

Visão geral

O QUE SÃO TECIDOS?

Os tecidos são agregados ou grupos de

células organizados para desempenhar

uma ou mais funções específicas.

 

    As células e os componentes extracelulares dos vários órgãos do corpo exibem um padrão de organização frequentemente distinto. Esse arranjo estruturado reflete a cooperação das células para o desempenho de determinada função e essa funcionalidade coletiva organizada é o que chamamos de tecido. 

    Embora frequentemente se afirme que a célula constitui a unidade funcional básica do corpo, os responsáveis pela manutenção das funções corporais são, na realidade, os tecidos – por meio dos esforços colaborativos de suas células. Nos tecidos, as células estão conectadas entre si por junções de ancoragem especializadas que também reconhecem o seu ambiente extracelular circundante e comunicam-se umas com as outras por meio de junções intercelulares especializadas; esse esforço colaborativo possibilita que as células operem como uma unidade funcional. Outros mecanismos que tornam as células de determinado tecido capazes de funcionar de maneira unificada incluem receptores de membrana específicos, que geram respostas a diversos estímulos (i. e., hormonais, neurais ou mecânicos).

    Apesar de sua estrutura e propriedades fisiológicas distintas, todos os órgãos são constituídos por apenas quatro tipos básicos de tecidos.

 

    O conceito de tecido fornece a base para a compreensão e o reconhecimento de muitos tipos celulares dentro do corpo e do modo pelo qual eles se inter-relacionam. Apesar das variações na aparência, na organização estrutural e nas propriedades fisiológicas dos vários órgãos do corpo, os tecidos que os compõem são classificados em quatro tipos básicos:

Tecido epitelial (epitélio): cobre as superfícies corporais, reveste as cavidades corporais e forma glândulas.

Tecido conjuntivo: localiza-se sob dos outros três tecidos básicos ou os sustenta, tanto estrutural quanto funcionalmente.

Tecido muscular: formado por células contráteis e responsável pelo movimento.

Tecido nervoso: transmite e integra as informações externas e internas do organismo para controlar as suas atividades.

 

   Ao classificar os tecidos básicos, são usados dois parâmetros diferentes de definição. A base para a classificação dos tecidos epitelial e conjuntivo é principalmente morfológica; para o tecido muscular e o tecido nervoso, é principalmente funcional. Além disso, também existem parâmetros para designar as subclasses de tecidos. Por exemplo, enquanto o tecido muscular é definido pela sua função, ele é também subclassificado nas categorias de liso e estriado, que se referem a uma distinção puramente morfológica, e não funcional. Outro tipo de tecido contrátil, o mioepitélio, funciona como um tecido muscular, mas, em virtude de sua localização, é geralmente designado como epitélio.

Por esses motivos, a classificação dos tecidos não pode ser reduzida a uma simples fórmula. Com efeito, os estudantes são aconselhados a aprender os aspectos e/ou as características das diferentes agregações celulares que definem os quatro tecidos básicos e suas subclasses.

Fonte:  Ross Histologia - Texto e Atlas - Wojciech Pawlina - digital - página 106

O que é uma lâmina histológica?

Lâmina ou preparado histológico é uma placa de vidro retangular sobre a qual são colocadas colocadas fatias extremamente finas de tecidos e órgãos. Há um processo extremamente delicado e com um passo-a-passo rigoroso que visa a proteção para melhor estudo do material.

Alguns processos para criação de uma lâmina.

 

  1. Coleta do material: obtenção de amostras teciduais através de biópsia (organismo vivo) ou de necrópsia (post mortem) de seres humanos ou animais;

  2. Fixação: evita a autólise (autodigestão enzimática). A preservação do tecido é feita através do uso de soluções fixadoras como o formaldeído, glutaraldeído, bouin, entre outros;

  3. Desidratação: banhos de álcool (etanol) para a retirada de água do tecido de forma gradativa (50%, 60%, 70%,…,100%);

 

   4. Clarificação ou Diafanização: processo que dá transparência ao tecido e o prepara para os banhos de parafina, uma vez que o álcool não é miscível com esta substância. São utilizadas soluções como o xilol e o toluol;

 

  5. Impregnação: banhos de parafina nos fragmentos teciduais;

 

  6. Inclusão: confecção dos blocos de parafina em moldes, onde os fragmentos teciduais devem ser colocados seguindo uma orientação;

  7. Microtomia: corte dos blocos no micrótomo para obtenção de finas fatias teciduais com espessura variando entre 5 a 6 ?m;

  8. Banho histológico: colocação das fitas de parafina em água a uma temperatura de 40ºC, para a distensão dos cortes;

 

  9. Coleta dos cortes (“pescaria”): imersão da lâmina na água morna, por baixo das fitas de parafina;

 

  10. Secagem dos cortes: colocação das lâminas em estufa a 60ºC para a retirada do excesso de parafina e melhor adesão do corte à lâmina;

 

  11. Coloração: uso de corantes para permitir a visualização das estruturas teciduais. Rotineiramente, utilizam-se dois corantes: a hematoxilina e a eosina (H-E). O primeiro é um corante básico que reage com o núcleo das células, corando-os de roxo. O segundo corante é ácido e é responsável pela coloração rósea do citoplasma e da matriz extracelular.

  12. Montagem da lâmina: uso de resinas naturais ou sintéticas para a selagem da lamínula sobre o corte.

  13. Artefatos de técnica: Alterações teciduais causadas por falhas no processamento histológico. As mais comuns são: bolhas, dobras nos tecidos, precipitados de corantes, ranhuras teciduais, entre outros.

Fonte: https://atlashistoembrio.uneb.br/histotecnica/

lâmina histológica.png

© 2022 by Paulo Santos. 

bottom of page