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Glândulas associadas

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    O sistema endócrino tem como função geral o controle do metabolismo e a manutenção do equilíbrio entre meio interno e externo por meio da produção de secreções denominadas hormônios. 

Hormônio: molécula produzida por glândulas endócrinas ou células especializadas de animais e secretada geralmente em pequenas quantidades na corrente sanguínea, exercendo um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais partes do corpo.

    A liberação da secreção endócrina é controlada pelo sistema nervoso autônomo e envolve um coordenado sistema de feedbacks, cujo resultado pode ser excitatório – ao estimular o metabolismo celular, ou inibitório – ao regular negativamente sua atividade fisiológica. Os componentes do sistema endócrino envolvem células isoladas dispersas entre as células epiteliais de revestimento do sistema respiratório e digestivo, células do estroma medular renal, dentre outras; aglomerados celulares, tais como as células de Leydig, no testículo; e glândulas estruturalmente organizadas por tecido conjuntivo, classicamente estudadas nesta unidade.

 

    As glândulas endócrinas que estudaremos são, nessa ordem: a) hipófise, b) tireoide, c) paratireoide, d) as células das ilhotas pancreáticas e e) as glândulas adrenais.

    a) hipófise (ou pituitária do latim, Pituita = secreção mucosa): está localizada anatomicamente no osso esfenoide, em uma depressão denominada sela túrcica . É considerada a glândula endócrina com alvos mais gerais no organismo, exercendo, inclusive, controle metabólico sobre outras glândulas endócrinas.

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Podemos dividir a hipófise em duas partes:

     I. A neuro-hipófise: que se origina do sistema nervoso (no diencéfalo), que tem seu crescimento em direção inferior ( em azul). A neurohipófise consiste em uma porção volumosa, denominada histologicamente de parte nervosa (pars nervosa).

    II. A adeno-hipófise: de origem ectodérmica a partir de uma projeção da boca primitiva (estomodeu), que desenvolve em direção superior, formando a bolsa de Rathke (em vermelho). 

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Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

    A hipófise é histologicamente envolta por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo, contínuo ao revestimento ósseo da sela túrcica. Do tecido conjuntivo saem fibras reticulares que penetram o órgão e fornecem suporte ao parênquima secretório. Como a hipófise se desenvolve a partir de duas estruturas embrionárias distintas, a vascularização da glândula também exibe caráter individual. A glândula é irrigada pelas artérias hipofisárias superiores – direita e esquerda – e pelas artérias hipofisárias inferiores – direita e esquerda.

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Irrigação da hipófise.

Fonte: Aarestrup, B. J. (2012). Histologia Essencial. Grupo GEN.

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2145-5

ADENO-HIPÓFISE

    A adeno-hipófise é a parte anterior da hipófise e formada por três partes: a pars distalis (maior volume), pars intermedia e pars tuberalis.

Pars distalis: maior volume da hipófise (cerca de 75%), as células cromófobas e cromófilas estão envolvidas por capilares fenestrados sinusoides. Há poucos fibroblastos e células foliculoestreladas (afiladas e com longos prolongamentos) possuem diversas funções; fagocitam células em degeneração, sintetizam fatores de crescimento e citocinas e formam uma rede de comunicação bioquímica intercelular por meio da união de suas extensões citoplasmáticas com outras células foliculoestreladas adjacentes.

Pars intermedia: é a região de menor volume e está situada entre a fenda de Rathke e a neuro-hipófise. Apresenta organização endócrina do tipo folicular, com folículos rudimentares e mal organizados, denominados cistos de Rathke, em meio a estroma proporcionalmente abundante. As células foliculares hipofisárias são, morfologicamente e funcionalmente, iguais às da adeno-hipófise, sendo distintas apenas pela organização não cordonal.

Pars tuberalis: possui, como na par distalis, arranjo cordonal e o estroma é discreto, composto por fibras reticulares de sustentação, não individualizado nas colorações de rotina. As células secretoras são do tipo cromófilas acidófilas, idênticas às que compõem a pars distalis. Por técnicas imuno-histoquímicas observa-se que a maioria dessas células são gonadotróficas.

Obs.: O infundíbulo é envolvido pela pars tuberalis da adeno-hipófise e é composto pela eminência média e pela haste do infundíbulo – essa última, responsável pela conexão da hipófise ao hipotálamo, anatômica e funcionalmente. Além de manter a conexão da glândula com o sistema nervoso central, essa região serve de passagem para os axônios provenientes do trato hipofisário-hipotalâmico, que se dirigem para a pars nervosa; também é sede anatômica do plexo capilar primário.

Fonte: Aarestrup, B. J. (2012). Histologia Essencial. Grupo GEN.

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2145-5

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SÍNDROME DE CUSHING

Consiste em uma constelação de anormalidades clínicas causadas por concentrações cronicamente elevadas de cortisol ou corticoides relacionados.

A doença de Cushing é a síndrome de Cushing que resulta de excesso de produção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), geralmente secundária a adenoma hipofisário. Os sinais e sintomas típicos incluem face em lua e obesidade do tronco, hematoma fácil e pernas e braços finos. O diagnóstico é pela história de utilização de corticoides ou descoberta de concentrações séricas elevadas e/ou relativamente autônomas de cortisol. O tratamento depende da causa.

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-adrenais/s%C3%ADndrome-de-cushing

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NEURO-HIPÓFISE

    Junto com a pars intermedia da adeno-hipósife, a pars nervosa constitui o lobo posterior da hipófise. Como seus componentes são elementos nervosos - daí o nome pars nervosa - é importante fixar que essa porção da glândula NÃO apresenta componente secretor hormonal. 

    Sua formação inclui inúmeros axônios amielínicos cujos pericários  (porção do neurônio que contém o núcleo e o citoplasma que envolve o núcleo) estão situados no hipotálamo. O citoplasma desses axônios apresentam estruturas denominadas corpos de Herring (corpos neurosecretores) e, em sua extremidade distal, botões terminais que se associam intimamente a capilares sanguíneos derivados da artéria hipofisária inferior.

    Os pituícitos (principal função é armazenar e liberar hormônios neuroipofisários como ADH e oxitocina) formam o estroma da neuro-hipófise e têm sido considerados células gliais segundo sua origem embrionária, morfologia e função. Os pituícitos possuem inúmeros prolongamentos citoplasmáticos finos demais para serem identificados em microscopia óptica e núcleo pequeno redondo e intensamente corado, exibindo assim aspecto morfológico bastante semelhante ao dos astrócitos.

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Células da GLIA

    As células da glia, células gliais ou neuróglia são diversos tipos celulares presentes no sistema nervoso central. Elas não geram impulsos nervosos, não formam sinapses e, ao contrário dos neurônios, são capazes de se multiplicar através do processo de mitose, mesmo em indivíduos adultos. Além de fornecer nutrientes, proteção e ajudar na sustentação do tecido nervoso, possuem outras importantes funções, como a modulação dos impulsos elétricos.

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Astrócitos: formato estrelado, característica conseguida graças aos seus prolongamentos. São o tipo celular mais numeroso e com maior diversidade de funções. Entre as funções que podem ser atribuídas aos astrócitos, podemos destacar a função de sustentação, controle da composição iônica e molecular do ambiente onde estão localizados os neurônios, transferência de substâncias para os neurônios, resposta a sinais químicos, entre outras atividades.

Oligodendrócitos: células responsáveis pela produção da bainha de mielina em neurônios presentes no sistema nervoso central. Envolvem vários axônios com seus prolongamentos, formando a bainha, que funciona como um isolante elétrico. 

Células de Schwann: como os oligodendrócitos, as células de Schwann também são responsáveis por formar a bainha de mielina. Entretanto, esse tipo celular envolve neurônios que estão presentes no sistema nervoso periférico. Diferentemente dos oligodendrócitos, as células de Schwann formam mielina em apenas um neurônio.

Células ependimárias: células que revestem as cavidades no cérebro (ventrículos) e o canal central da medula espinhal. Sua função é garantir a movimentação do líquido cefalorraquidiano.

 

Micróglia: menores células da glia com pequenos prolongamentos que se destacam por que capacidade fagocitária

b) tireoide: palavra tireoide vem do grego e é uma aglutinação dos termos thyreós (escudo) e oidés (forma de). O nome veio do fato da glândula ter uma forma semelhante à de um escudo. Anatomicamente localizada na região cervical anterior, abaixo da laringe – posição que favorece o exame clínico da glândula.

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    Os folículos tireoidianos são redondos ou ovais, envolvidos externamente por fibras reticulares e vasos sanguíneos e linfáticos; são circundados por camada única de células denominadas células foliculares.

    São pequenas, com núcleo bem corado basofilicamente e citoplasma escasso, também basofílico, com formato variável de acordo com a atividade metabólica, indo do cúbico ao achatado. Além das células foliculares, outro tipo celular faz parte da tireoide: as células parafoliculares (ao lado das foliculares) ou células “C”.

    Essas células podem estar em meio às células foliculares, circundando o folículo, ou situadas no estroma, ao redor do folículo, em pequenos grupos não organizados. Seu citoplasma é mal corado e o núcleo redondo pequeno e bem corado. O aspecto classicamente folicular da tireoide é facilmente observado em menores aumentos.

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    Na imagem ao lado, em vermelho, temos o epitélio dos folículos tireoidianos e em seu interior o coloide (amarelo).

    Entre os folículos há grupos de células parafoliculares (em azul) que não participam dos folículos mas que secretam o hormônio calcitonina, também chamado tirocalcitonina.

 

Fonte: https://mol.icb.usp.br/index.php/14-15-glandulas-endocrinas/

Corte de tireóide em aumento de 10x, corado por Azul de Toluidina. A seta aponta a cápsula, constituída de tecido conjuntivo denso, que circunda o órgão. Os folículos tireoideanos estão delimitados por círculos.

Fonte: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tireoide/

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    A glândula tireoide produz 3 importantes hormônios: 

tetraIODOtironina (tiroxina, T4), triIODOtironina (T3) pelas células foliculares e calcitonina pelas células parafoliculares.

   Tais hormônios são necessários para o desenvolvimento normal dos tecidos cerebral e somático nos fetos e recém-nascidos e, em todas as idades, regula o crescimento;

estimula o metabolismo de carboidratos e lipídios; aumento do metabolismo basal;

redução do peso corporal; aumento do fluxo sanguíneo; aumento da força cardíaca;

aumento da produção de secreções digestivas e motilidade do trato gastrointestinal;

aumento da velocidade do pensamento, etc.

    Além disso, a calcitonina é um hormônio relacionado com a redução do cálcio sanguíneo, apresentando como efeito principal a inibição da reabsorção de tecido ósseo.

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FISIOLOGIA - SÍNTESE E SECREÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREODEANOS

    O constituinte primário do coloide é a grande glicoproteína tireoglobulina, que contém os hormônios tireoidianos em sua molécula. Os seguintes passos são necessários para a síntese e secreção dos hormônios tireoidianos no sangue:
 

    • Aprisionamento do iodeto (bomba de iodeto) ou simporte de sódio-iodeto (NIS). O iodo é essencial para a síntese do hormônio da tireoide. O iodo ingerido é convertido em iodeto e absorvido no intestino. A maioria do iodeto circulante é excretada pelos rins; grande parte do remanescente é captado e concentrado pela glândula tireoide. Para conseguir isto, as células foliculares tireoidianas transportam ativamente iodeto da circulação através de sua membrana basal para a célula pelo NIS. Em uma glândula tireoide normal, o NIS concentra o iodeto muitas vezes acima da concentração sanguínea. Diversos ânions, como o tiocianato e o perclorato, diminuem o transporte de iodeto por inibição competitiva. Ao fazer isto, eles diminuem a síntese dos hormônios da tireoide e são utilizados para tratar o hipertireoidismo.
 

    • Oxidação do iodeto. Uma vez na glândula tireoide, o iodeto é rapidamente oxidado a iodo pela peroxidase tireoidiana; isto ocorre na membrana apical das células foliculares.
 

    • Síntese da tireoglobulina. A tireoglobulina é sintetizada pelas células foliculares e secretada no coloide através da exocitose dos grânulos de secreção que também contêm peroxidase tireoidiana. Cada molécula de tireoglobulina contém diversos grupos tirosil, mas apenas uma fração se torna iodada.
 

    • Iodinação (organificação) e acoplamento. Uma vez que o iodeto tenha sido oxidado a iodo, ele é rapidamente ligado na posição 3 das moléculas de tirosina da tireoglobulina para gerar a monoiodotirosina (MIT). Posteriormente, a MIT é iodinada na posição 5 para dar origem à di-iodotirosina (DIT). Depois disso, duas moléculas de DIT são acopladas para formar a tiroxina (T4), o principal produto da reação de acoplamento, ou uma molécula de MIT e uma de DIT são acopladas para formar a tri-iodotironina (T3). Uma pequena quantidade de T3 reversa (RT3) é formada por condensação da DIT com MIT. Essas reações são catalisadas pela peroxidase tireoidiana e bloqueadas por medicamentos antitireoidianos, como a propiltiouracil. Aproximadamente dois terços dos compostos iodinados ligados à tireoglobulina são MIT ou DIT; a maioria dos remanescentes é de hormônios ativos T3 e especialmente T4. A tireoglobulina é armazenada no lúmen dos folículos como coloide até que a glândula seja estimulada a secretar os hormônios tireoidianos.
 

    • Proteólise, deiodinação e secreção. A liberação de T3, T4 e RT3 para o sangue exige a proteólise da tireoglobulina. Na superfície apical das células foliculares, o coloide é captado do lúmen dos folículos através de endocitose. As vesículas de coloide então migram da membrana celular apical para a basal e se fundem aos lisossomos. As proteases lisossomais liberam RT3, T3 e T4 livres, que então deixam a célula. A MIT e a DIT livres não são secretadas para o sangue, em vez disso são deiodinadas no interior da célula folicular pela enzima deiodinase; o iodo livre é reutilizado na glândula para a síntese hormonal. Mais de 90% dos hormônios da tireoide liberados da glândula são T4. Os produtos de secreção remanescentes são T3 e quantidades muito pequenas do composto inativo RT3.

Fonte: Hall, J. E., & Guyton, A. C. (2017). Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia (13th ed.). Grupo GEN. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788595151550

HIPERTIREOIDISMO e HIPOTIROIDISMO

    A tireoide é uma glândula endócrina importantíssima para o funcionamento harmônico do organismo. Os hormônios liberados por ela, T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), estimulam o metabolismo, isto é, o conjunto de reações necessárias para assegurar todos os processos bioquímicos do organismo.

    Os principais distúrbios da tireoide são o hipotireoidismo (baixa ou nenhuma produção de hormônios) e o hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios), doenças que incidem mais nas mulheres do que nos homens. A tireoide também pode ser afetada por nódulos tireoidianos.

 

SINTOMAS

a) HIPOTIREOIDISMO

  • Cansaço;

  • Depressão;

  • Adinamia (falta de iniciativa);

  • Pele seca e fria;

  • Prisão de ventre;

  • Redução da frequência cardíaca;

  • Decréscimo da atividade cerebral;

  • Voz mais grossa como a de um disco em baixa rotação;

  • Mixedema (inchaço duro);

  • Diminuição do apetite;

  • Sonolência;

  • Reflexos mais vagarosos;

  • Intolerância ao frio;

  • Alterações menstruais e na potência e libido dos homens.

b) HIPERTIREOIDISMO

  • Hiperativação do metabolismo;

  • Nervosismo e irritação;

  • Insônia;

  • Aumento da frequência cardíaca;

  • Intolerância ao calor;

  • Sudorese abundante;

  • Taquicardia;

  • Perda de peso resultante da queima de músculos e proteínas;

  • Tremores;

  • Olhos saltados;

  • Bócio;

  • Comprometimento da capacidade de tomar decisões equilibradas.

Causas do hipotireoidismo e do hipertireoidismo

a) Hipotireoidismo

  • Tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune que provoca a redução gradativa da glândula;

  • Falta ou excesso de iodo na dieta.

b) Hipertireoidismo

  • Doença de Graves, doença hereditária que se caracteriza pela presença de um anticorpo no sangue que estimula a produção excessiva dos hormônios tireoidianos;

  • Bócio com nódulos que produzem hormônios tireoidianos sem a interferência do TSH, hormônio produzido pela hipófise.

 

Diagnóstico de hipotireoidismo e do hipertireoidismo

    O diagnóstico pode ser feito pela dosagem do hormônio TSH produzido pela hipófise e dos hormônios T3 e T4 produzidos pela tireoide.

Níveis elevados de TSH e baixos dos hormônios da tireoide caracterizam o hipotireoidismo. TSH baixo e alta dosagem de hormônios da tireoide caracterizam o hipertireoidismo.

 

Tratamento do hipotireoidismo e do hipertireoidismo

    Em ambos os casos o tratamento deve ser introduzido assim que o problema é diagnosticado e depende da avaliação das causas da doença em cada paciente.

No hipotireoidismo, deve começar de preferência na fase subclínica com a reposição do hormônio tireoxina que a tireoide deixou de fabricar. Como dificilmente a doença regride, ele deve ser tomado por toda a vida, mas os resultados são muito bons.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/hipertireoidismo-e-hipotireoidismo/ 

c) paratireoide:​ situadas na região posterior lateral às glândulas tireoides consideradas glândulas acessórias. São envolvidas por tecido conjuntivo com organização endócrina cordonal disposta em fileiras circundadas por capilares sanguíneos. O parênquima é formado por dois tipos celulares: as células principais e as células oxifílicas.

As paratireoides são glândulas endócrinas cordonais (amarelo) e formadas por dois tipos de células: principais e oxífilas. 

A separação desses cordões é quase sempre um desafio pois estão entremeados entre si e a vasos sanguíneos (vermelho). 

Fonte: https://mol.icb.usp.br/index.php/14-18-glandulas-endocrinas/

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    Em geral, a paratireoide tem coloração tipicamente basofílica, cuja organização dos cordões celulares entremeados por vasos sanguíneos nem sempre é facilmente identificada.

    A importância das células principais é que são responsáveis por secretarem o paratormônio (PTH), armazenado em grânulos intracitoplasmáticos, juntamente com glicogênio.  O PTH tem como célula-alvo os osteoblastos e as células dos túbulos renais.

    Já a célula parenquimatosa das glândulas paratireoides, células oxifílicas, são estimuladas pelos osteoblastos para que essas células ósseas liberem interleucinas ativadoras de osteoclastos os quais, estimulados, intensificam a reabsorção, superando o ritmo do remodelamento – esse mecanismo aumenta a liberação de cálcio na corrente sanguínea, mantendo a normocalcemia.

    O principal estímulo desencadeador da liberação do PTH é a hipocalcemia e, consequentemente, quando os níveis desse íon atingem a normalidade, cessa sua produção. Os níveis séricos de calcitonina e de PTH mantêm, juntamente com fatores secundários, a normocalcemia. Além do controle sérico de cálcio, o PTH se liga a receptores nas células epiteliais dos túbulos renais, aumentando a eliminação de fosfato por via urinária. 

HIPERCALCEMIA e HIPOCALEMIA

    O cálcio é um dos eletrólitos do organismo, aproximadamente 99% dele é armazenado nos ossos, mas também pode ser encontrado nas células (sobretudo nas células musculares) e no sangue.

    O cálcio é essencial para:

          a) formação dos ossos e dentes;

          b) contração muscular;

          c) funcionamento normal de várias enzimas;

          d) coagulação sanguínea;

          e) ritmo cardíaco normal.

    O corpo regula com bastante exatidão a quantidade de cálcio existente nas células e no sangue. Move o cálcio dos ossos para o sangue quando necessário para manter um nível estável de cálcio no sangue. Por exemplo, caso a pessoa não faça a ingestão de uma quantidade suficiente de cálcio, ele é retirado dos ossos o que causa seu enfraquecimento podendo ocorrer osteoporose.

    Os níveis de cálcio no sangue são regulados principalmente por dois hormônios:

          ​(I) Hormônio da paratireoide;

          (II) Calcitonina.

 

    O hormônio da paratireoide é produzido pelas quatro glândulas paratireoides localizadas ao redor da tireoide no pescoço. Quando os níveis de cálcio no sangue diminuem, as glândulas paratireoides produzem uma quantidade maior de hormônio da paratireoide. Quando os níveis de cálcio no sangue aumentam, as glândulas paratireoides produzem uma quantidade menor de hormônio.

 

    O hormônio da paratireoide faz o seguinte:

          a) Estimula os ossos a liberarem cálcio no sangue;

          b) Faz com que os rins excretem uma quantidade menor de cálcio na urina;

          c) Estimula o trato digestivo a absorver uma quantidade maior de cálcio;

          d) Faz com que os rins ativem a vitamina D, que permite que o trato digestivo absorva mais cálcio.

 

    A calcitonina é produzida pelas células da tireoide. Ela reduz os níveis de cálcio no sangue ao reduzir a velocidade de decomposição dos ossos, mas de forma branda. Uma quantidade insuficiente de cálcio no sangue é denominada hipocalcemia. Uma quantidade excessiva de cálcio no sangue é denominada hipercalcemia.

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/disturbios-hormonais-e-metabolicos/equilibrio-eletrolitico/consideracoes-gerais-sobre-a-funcao-no-organismo

d) as células das ilhotas pancreáticas (Langerhans): estão alocadas no pâncreas que é uma glândula mista, com parte exócrina e endócrina. Sua parte exócrina, onde são produzidas enzimas digestivas, é uma glândula acinosa composta com unidade morfofuncional sendo o ácido seroso - que são células piramidais com núcleos arredondados localizados na base da célula.

    O pâncreas é revestido externamente por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, que envia septos para o seu interior e dividi-o em lóbulos, contendo vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. O estroma é constituído pelos septos interlobulares e pelas fibras reticulares que servem de sustentação ao órgão.

    Já a parte endócrina, onde são secretados hormônios, é formada pelas ilhotas pancreáticas (Ilhotas de Langerhans). Estas são grupos arredondados de células, dispostas em cordões, em volta dos quais existe uma abundante rede de capilares sanguíneos com células endoteliais fenestradas, situados entre os ácinos secretores.   

    Cada ilhota é envolvida por fibras delicadas de tecido conjuntivo frouxo rico em capilares comprimido pelos ácinos. A abundância de fibras reticulares no tecido conjuntivo faz com que o envoltório endócrino seja fracamente corado.

    Cercada por todos os lados de células exócrinas do pâncreas (células acinosas serosas), temos as ilhotas de Langerhans (circulado em amarelo) facilmente reconhecida em função da sua coloração menos intensa que as demais células. É uma glândula endócrina cordonal e entre os cordões celulares observam-se capilares sanguíneos (ressaltados em vermelho).
 

Ilhota pancreática (rosa claro) circundada por ácinos do pâncreas exócrino (rosa escuro. Coloração hematoxilina-eosina.

Fonte: https://mol.icb.usp.br/index.php/14-16-glandulas-endocrinas

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Em cada ilhota, existe pelo menos 6 tipos de células pancreáticas descritas: 

   

    Células α: correspondem de 15 a 20% das células das ilhotas. Localizam-se na periferia, juntamente com as células δ e PP. Sintetizam e secretam glucagon.

    Células β: as mais numerosas, corresponde de 70 a 80% das células das ilhotas pancreáticas. Localizam-se no centro da ilhota e são responsáveis pela síntese e pela secreção, principalmente, da insulina e do peptídeo C. 

   

    Células δ: representam 5 a 10% das células. Produzem principalmente somatostatina, um eficiente supressor da secreção de insulina, glucagon e hormônio de crescimento (GH).

 

    Células PP ou Y: constituem 1% das células. Sintetizam o polipeptídeo pancreático, encontrado exclusivamente no pâncreas. 

   

    Células G: representam 1% das células das ilhotas. Responsáveis pela síntese de  gastrina.

 

    Células  ε: menos numerosas, 0,5 a 1%. Responsáveis pela produção de grelina.

O que é Diabetes Tipo 1?

    Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença.

    O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

O que é Diabetes Tipo 2?

    O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia.

    Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Diabetes Gestacional: O que é?

    Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudan-ças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro. 

    Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.

Fonte: https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/

e) Glândulas adrenais: do latim ad + renalis,  diz-se da glande ou cápsula, que está sobre o rim. É dividida em região cortical (I), externamente, circundando todo o órgão, e região medular (II), internamente. Essas porções possuem origem embrionária, aspecto macroscópico e caracterização histofisiológica particulares, muitas vezes dando a impressão de que são dois órgãos diferentes. Porém, além de unidas anatomicamente, entre essas duas camadas há uma importante interação vascular, que influencia, inclusive, a composição de alguns de seus hormônios.

    (I) Córtex adrenal: envolve externamente toda a estrutura, estando situado em posição subcapsular. Desenvolve-se a partir do mesoderma e exibe, macroscopicamente, cor amarela. A coloração se deve aos numerosos depósitos intracelulares de lipídio, fundamentais para a síntese dos hormônios característicos dessa região – os esteroides (hormônios lipossolúveis sintetizados a partir de colesterol).

    Da borda para o centro, é divida em três camadas: glomerulosa, fasciculada e reticulada, cujas células, poliédricas e de núcleo redondo central, são organizadas em cordões com disposição típica em cada camada. Particularmente, a camada fasciculada é composta por células denominadas espongiócitos

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Zona fasciculada

    Formada por cordões celulares paralelos cuja direção é da zona glomerulosa para a zona reticulada. Há capilares sanguíneos entre os cordões sob forma de espaços claros e nas nas setas (azul) indicam núcleos de células endoteliais destes capilares.

    Observe (em amarelo) o citoplasma das células secretoras desta zona que são denominadas espongiócitos devido à grande quantidade de pequenas gotículas lipídicas presentes, confere um aspecto esponjoso ao citoplasma.

 

Fonte: https://mol.icb.usp.br/index.php/14-9-glandulas-endocrinas/

Glândula Suprarrenal.

Coloração: hematoxilina e eosina. Aumento: médio.

    (II) medula adrenal: posição subcortical internamente na glândula. Desenvolve-se a partir do ectoderme e exibe, macroscopicamente, cor castanha. A coloração se deve à oxidação das catecolaminas – produto dessa região – quando o tecido é exposto ao meio. As catecolaminas epinefrina e norepinefrina são secretadas por células denominadas feocromócitos.

    Em relação às outras secreções endócrinas, os produtos da medula adrenal apresentam algumas particularidades:

          - não são armazenadas em vesículas intracitoplasmáticas, sendo produzidas e liberadas diretamente na corrente sanguínea;

          - não são controladas por sistema de feedback, ou seja, seus níveis séricos correspondem ao estímulo do sistema nervoso simpático.

Zona reticulada e camada medular

 

A linha vermelha divide a figura em duas partes:

      (i) na metade superior (zona reticulada) é a região mais interna da camada cortical. As células se organizam em cordões com direções muito variadas resultando em um aspecto de rede. Os espaços claros entre os cordões são capilares sanguíneos.
   (ii) já na metade inferior da figura é de uma pequena porção da camada medular da suprerenal.

Fonte: mol.icb.usp.br/index.php/14-10-glandulas-endocrinas/ 

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FEOCROMOCITOMA

    Um feocromocitoma é um tumor que normalmente se origina das células cromafins das glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas, hormônios potentes que causam hipertensão arterial e outros sintomas.

    ​a) A hipertensão arterial é o sintoma mais importante, mas frequência cardíaca elevada com pulso forte, sudorese excessiva, tontura ao ficar em pé, respiração acelerada, dores de cabeça intensas e muitos outros sintomas também podem ocorrer.

    b) O médico mede a concentração sanguínea das catecolaminas ou dos subprodutos da metabolização das catecolaminas e usa exames de imagem para tentar encontrar o tumor.

    c) Normalmente, o melhor tratamento é remover o feocromocitoma.

 

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/disturbios-hormonais-e-metabolicos/disturbios-da-glandula-adrenal/feocromocitoma

Características das função da medula adrenal.

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