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Tecido conjuntivo

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É atribuído ao tecido conjuntivo a função de gerar e manter a forma do corpo. Isso é possibilitado pela matriz extracelular, também conhecida como MEC, a qual é o principal componente desse tecido e consiste em um conjunto de moléculas existentes entre as células do tecido conjuntivo.
Nesse sentido, a MEC é composta por proteínas fibrosas (fibras proteicas elásticas, reticulares e, principalmente, colágenas) e pela substância fundamental, formada por macromoléculas especializadas, tais como glicoproteínas multiadesivas, glicosaminoglicanos e proteoglicanos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Observe como a membrana basal separa o tecido epitelial do tecido conjuntivo. Este é um corte de traqueia. 

PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia - Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737241. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737241/. Acesso em: 04 ago. 2024.


O tecido conjuntivo distribui-se por todo o corpo, sendo limitado pelas lâminas basais dos tecidos epiteliais. Desse modo, estrutura-se um compartimento amplo e contínuo.

A distinta combinação entre as proporções dos componentes possibilita a formação de diferentes tipos de tecido conjuntivo, cada qual com diferentes propriedades funcionais, mas com as características gerais mantidas. São eles:

 

TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO

 A) Mesênquima:

O mesênquima embrionário é responsável por formar a maior parte dos tecidos conjuntivos e é formado por células mesenquimais, as quais são derivadas da camada germinativa média - o mesoderma - no final do primeiro mês de vida intra-uterina.

Essas células são pequenas e possuem, de modo característico, núcleo oval, formato fusiforme e delgados prolongamentos citoplasmáticos. Esses prolongamentos compõem uma rede tridimensional de células, haja vista que entram em contato com prolongamentos similares das células vizinhas. No espaço extracelular, encontra-se uma substância fundamental de aspecto viscoso, composta por finas e relativamente espaçadas fibras delgadas e reticulares.

Desse modo, justifica-se a escassez de fibras colágenas em razão do baixo estresse físico em que o feto está exposto neste período de desenvolvimento.

As células mesenquimais estão presentes durante toda a vida e possuem atuam como células-tronco, isto é, auxiliam a formação de mais tecido conjuntivo quando necessário.
 

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As células mesenquimatosas apresentam características similares, porém originam células que se diferenciam em diversos outros tipos celulares.

Note a disposição espaçada das fibras
reticulares e a grande quantidade de substância fundamental, bem como a característica afilada ou fusiforme propiciada pelos prolongamentos fusiformes.


PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia - Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737241. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737241/. Acesso em: 04 ago. 2024.
 

B) Mucoso:

Composto por matriz extracelular especializada, que consiste principalmente em ácido hialurônico ou hyaluronan. Com frequência, a substância fundamental do tecido conjuntivo mucoso é denominada geleia de Wharton. Algumas células encontradas na geleia de Wharton possuem marcadores de células-tronco mesenquimatosas e podem diferenciar-se em adipócitos, condrócitos e alguns outros tipos celulares, desde que submetidas às condições ideais. É um tecido característico do cordão umbilical.

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MOORE, Keith M.; PERSAUDE, T. V N. Embriologia Clínica. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788595157811. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595157811/. Acesso em: 04 ago. 2024.

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO

    a) Tecido conjuntivo frouxo: fibras finas dispostas espaçadamente e de forma frouxa em meio a diversos tipos celulares distintos. O volume da substância fundamental é muito significativo, compondo grande parte do tecido.

Sua consistência é gelatinosa e uma de suas missões é participar da difusão de oxigênio e metabólitos.

É encontrado em abundância logo abaixo dos epitélios que cobrem as superfícies do corpo e dos epitélios que envolvem as superfícies internas do corpo, como nas membranas serosas do peritônio. Além disso, também localiza-se junto aos pequenos vasos sanguíneos do organismo e junto aos epitélios glandulares.

 

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JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739283/. Acesso em: 05 set. 2024.

NOTA!

O tecido conjuntivo frouxo e o tecido conjuntivo denso possuem os mesmos componentes, as mesmas características básicas. 

Todavia, o tecido conjuntivo denso apresenta menor quantidade de células e fibras em maior quantidade e espessura.

Dessa forma, ele consegue ser mais resistente à tensão, ao mesmo tempo que possui menor flexibilidade em relação ao tecido conjuntivo frouxo.

    b) Tecido conjuntivo denso não modelado: numerosa presença de fibras colágenas. Assim, são formados feixes multidirecionais (fibras colágenas em várias direções), que conseguem aguentar pressões e proteger o organismo. Há menor quantidade de células e predomínio de fibroblastos afastados. 

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Tecido conjuntivo denso não modelado com fibras colágenas multidirecionais.

ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527730105. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730105/. Acesso em: 05 set. 2024.

 

ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527730105. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730105/. Acesso em: 05 set. 2024.

Tecido conjuntivo denso modelado com fibras colágenas organizadas paralelamente.

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c) Tecido conjuntivo denso modelado: disposição ordenada e densa das fibras, com pouca quantidade de matriz extracelular. As fibras são paralelas  formando feixes densos para fornecer grandes resistência ao tecido, como em tendões. 

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JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739283/. Acesso em: 05 set. 2024.

Fibroblastos e fibrócitos dispostos em meio a fibras colágenas de tecido conjuntivo denso modelado.

TATUAGEM

De acordo com a artista plástica Célia Maria

Antonacci Ramos, da Universidade Estadual de Santa

Catarina (Udesc), as tatuagens, desde seu surgimento,

têm como objetivo registrar a história do indivíduo de

forma que ele possa carregar consigo onde for. 

 

 

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-surgiu-a-tatuagem/

    Mas qual o processo histológico está por trás desse

método tão interessante de coloração da pele?

    Como já sabemos, a pele possui camada e a mais superficial é constituída por células mortas repletas de queratina. Logo abaixo, está a epiderme - uma camada que possui células vivas. E a terceira e mais profunda camada é a derme. É nessa última camada que a agulha da tatuagem penetra e injeta o pigmento, o qual ficará fixo na pele, dando cor à tatuagem.

 

Mas como a tinta da tatuagem se fixa na pele?

   

 

O pigmento se fixa nas células da derme, que é composta por tecido conjuntivo e, portanto, mais estável que a epiderme. Isso faz com que a tinta da tatuagem permaneça no local sem se espalhar.

A remoção de uma tatuagem é complicada e envolve o uso de laser, um método caro e doloroso. Além disso, é importante considerar que os pigmentos podem provocar reações inflamatórias e ativar células de defesa. Por isso, é crucial pensar com cuidado antes de decidir fazer uma tatuagem.

Fonte: https://www.ufmg.br/ciencianoar/wp-content/uploads/2018/11/e5_25-tatuagempensebemantesdefazeruma.pdf

Por qual razão as tatuagens duram a vida inteira

se a nossa pele se regenera tão rapidamente?

O corpo identifica a tatuagem como uma infecção. A tinta que é injetada é capturada pelos macrófagos (células de defesa que tratam a tinta como patógeno). 

Porém, já que a pele e as células que a compõem são renovadas com frequência, o pigmento da tatuagem não deveria desaparecer também?

Segundo um estudo do Journal of Experimental Medicine, quando os macrófagos morrem, eles liberam a tinta que havia sido englobada e as células vivas ao redor a absorvem, fazendo com que esse seja um ciclo e permita a tatuagem permanecer na pele por toda a vida.

Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/saiba-porque-tatuagens-duram-a-vida-inteira/

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Fibras do tecido conjuntivo

As fibras são produzidas pelos fibroblastos em quantidade que variam dependendo da necessidade particular de cada local do tecido conjuntivo no organismo. Sua estrutura é proteica, isto é, formada por longas cadeias peptídicas agrupadas. 

São dividas em três tipos: fibras colágenas, reticulares elásticas.

  1. Fibras colágenas:  possuem elevado grau de flexibilidade e resistência. É a fibra predominante do tecido conjuntivo. O microscópio eletrônico permite visualizar as fibrilas colágenas, que são os filamentos finos que compõem uma fibra (subunidades).

Tipos de Colágeno:

  • Fibrilares: colágenos formadores de fibrilas longas: agregação de moléculas de colágeno tipos I, II, III, V e XI

    • Colágeno tipo I: presente em pele, ossos, dentina, ligamentos, tendões, fáscias. É espesso e proporciona resistência à tensão. Compreende a maior parte do colágeno do corpo.

    • Colágeno tipo II: encontrada nas cartilagens hialina e elástica. São resistentes à pressão.

    • Colágeno tipo III: em abundância no tecido conjuntivo frouxo, estroma de órgãos como útero e fígado, pele fetal e vasos sanguíneos. É corado por prata e forma fibras RETICULARES.

    • Colágeno tipo V: localiza-se no estroma do tecido conjuntivo e em fibras reticulares da polpa vermelha do baço.

    • Colágeno tipo XI: presente em cartilagens e fibras colágenas tipo II.

  • Colágenos associados a fibrilas: estruturas curtas (ligação): IX, XII, XIV.

  • Colágeno transmembranas: XIII e XVII (hemidesmossomos), XXV (específico do cérebro).

  • Colágenos formadores de membrana basal

  • Colágenos formadores de rede hexagonal

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Em amarelo, temos as fibras colágenas e destacado na cor preta temos as fibras elásticas.

Fonte: JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739283/. Acesso em: 06 set. 2024.

   b) Fibras reticulares: são formadas principalmente por colágeno tipo III. Formam um arcabouço/uma malha estrutural de sustentação para os tecidos, capacitando-os para resistir ao estiramento.

As fibrilas são delgadas e menores que as de colágeno, além de serem, muitas vezes, ramificadas.

Não são coradas por H-E, mas sim pela prata, formando finas linhas escuras.

Fonte: ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527730105. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730105/. Acesso em: 08 set. 2024.

As fibras reticulares aparecem na coloração preta, formando uma malha capaz de alojar e sustentar as demais células do tecido em seus espaços 

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c) Fibras elásticas: a principal função dessas fibras é possibilitar elasticidade aos tecidos, ou seja, confere capacidade de distensão.

Essas fibras são muito mais flexíveis que as fibras colágenas e, por essa razão, formam uma rede tridimensional que se associa às fibras colágenas, a fim de que não ocorra um estiramento excessivo e prejudicial ao tecido.

Podem ser encontradas em três formatos: oxitalânicas, elaunínicas e elásticas.

Fibras oxitalânicas: compostas principalmente por fibrilina. Não são elásticas, mas conseguem resistir à tração.

Fibras elaunínicas: formada principalmente por elastina e fibrilina.

Fibras elásticas: fibra madura. Predomimantemente elastina.

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Fonte: JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739283/. Acesso em: 08 set. 2024.

  

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Células do tecido conjuntivo

As células do tecido conjuntivo podem ser residentes ou transitórias.

Fonte: JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739283/. Acesso em: 08 set. 2024.

RESIDENTES: recebem este nome pois são células que se originam no tecido conjuntivo ou migraram até ele e permanecem longo período neste local, isto é, são estáveis e permanentes.

A) Fibroblastos: principal célula do tecido conjuntivo! Tamanha importância dos fibroblastos se devem à quantidade e, especialmente, às suas funções: síntese dos principais itens deste tecido, tais como o colágeno, as fibras reticulares, fibras elásticas e componentes da matriz extracelular.

Características histológicas: é uma célula de formato alongado, com inúmeros prolongamentos finos e de fraca coloração. Seu núcleo é ovoide e alongado. À microscopia eletrônica, destaca-se o retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi.

*Miofibroblastos: células especializadas que exibem um fenótipo híbrido, com características de fibroblastos e também de células de músculo liso.

B) Macrófagos:

As setas longas apontam os macrófagos e as setas curtas suas partículas fagocitadas.

Fonte: JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9788527739283. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739283/. Acesso em: 08 set. 2024.

 Os macrófagos são originados dos monócitos (medula óssea) e, pela sua função fagocítica, contém grande quantidade de lisossomos.

O monócito migra da medula óssea através dos sistema circulatório e chega ao tecido conjuntivo, onde se diferencia em macrófago e, neste local, permanecem por muito tempo. 

Seu formato é arredondado e o citoplasma acidófilo. O núcleo pode ser descrito como endentado ou reniforme (formato de rim). Sua superfície contém projeções que auxiliam a captura das partículas a serem fagocitadas.  

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IMUNOLOGIA    

 

Células apresentadoras de antígenos profissionais (APCs do inglês Antigen Presenting Cells) são células muito importantes na defesa do nosso organismo, assumindo papel chave no nosso sistema imune. Sua missão é apresentar um antígeno para uma célula T. Destaca-se: células dendríticas, macrófagos e células B.

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Fonte: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20130912164902.pdf

1- Ocorre a fagocitose: fragmentação em subunidades proteicas.

2- No RER, ocorre a síntese de MHC I/MHC II, para levar à superfície estruturas proteicas, como antígenos.

3- Já na superfície celular, as células linfocitárias reconhecem o antígeno a ser eliminado.

4- O antígeno pode ser extinto por morte da célula ou degradação por lisossomos.

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 C) Adipócitos: participam do equilíbrio energético do corpo, pois são células de reserva de energia (triglicerídeos) e da regulação hormonal.

O acúmulo de gordura ocorre no citoplasma, fazendo com que ele fique suprimido em detrimento de uma grande gota lipídica. Quando em grande quantidade, formam o tecido adiposo. Podem ser classificados em:

Tecido adiposo branco ou unilocular: célula adiposa dominante no indivíduo adulto.

Tecido adiposo pardo ou multilocular:  presente em grande quantidade na vida fetal e em recém-nascidos para termogênese.

FONTE:https://histoembrio.saomateus.ufes.br/tecido-adiposo-laminas

Tecido adiposo unilocular

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Observe, em amarelo, os adipócitos  (mononuclear) ocupados por uma grande gota única de gordura e o fino citoplasma na periferia. A depender do corte, pode-se os núcleos nas bordas (vermelho).

Em azul, temos o adiposo multilocular em que seu citoplasma é quase todo ocupado por pequenas gotículas de lipídios dando às células um aspecto esponjoso.
Os núcleos esféricos situam-se no centro ou na periferia e há sempre uma faixa de citoplasma bastante distinta na periferia da célula.

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D) Mastócitos: originam-se de células da medula óssea e pelo sistema circulatório chegam ao tecido conjuntivo, onde se diferenciam.

São células grandes, globosas, com núcleo esférico e inúmeros grânulos que podem até mesmo recobrir o núcleo.

Esses grânulos contém substâncias como a histamina e a heparina e, por isso, essas células estão relacionadas com a defesa do organismo, como reações alérgicas e inflamatórias. São encontrados em maior quantidade na pele e nas mucosas.

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Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia - Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737241. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737241/. Acesso em: 09 set. 2024.

Mastócito. 

A: fotomicrografia de mastócito corado pelo azul de toluidina.

B. eletromicrografia mostra o citoplasma  repleto de grânulos.

e) Células-tronco: os adultos possuem células-tronco adultos, que são células com capacidade (embora limitada) de diferenciação. Podem ser encontradas em diversos sistemas no organismo e o local em que o reservatório de células está denomina-se nicho. Por exemplo, no tecido conjuntivo frouxo elas chamam-se células-tronco mesenquimatosas e dão origem a células que reparam o tecido lesionado.

PERICITOS

Pericitos ou células perivasculares são células-tronco mesenquimatosas que envolvem parcialmente os capilares e as vênulas (pequenos vasos sanguíneos). Eles estão apoiados na camada endotelial.

São células com um poder significativo de diferenciação e contribuem para a estabilização do endotélio, formação e reparação de novos vasos sanguíneos.

                                                     Capilar sanguíneo. A seta aponta o núcleo                                                       de um pericito.

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Como já falamos das células residentes, agora trataremos das células transitórias que aquelas provenientes do sangue e que migram para o tecido de acordo com estímulos específicos. São elas:

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a) Linfócitos: são células esféricas com diâmetro variável, possuem grande núcleo central heterocromático intensamente corado. São as menores células migrantes no tecido conjuntivo e tem função de imunovigilância contra patógenos e outras substâncias estranhas. Por isso, o número dessas células aumenta significativamente em locais mais propensos à inflamações causadas por agentes patogênicos como o sistema respiratório e digestório.

    Há pelo menos três tipos principais de células funcionais de linfócitos; linfócitos T, linfócitos B e as células natural killer.

  • Linfócitos T: chegam a ser até 75% dos linfócitos sanguíneos e, assim como os linfócitos B, também originam-se de células-tronco encontradas na medula óssea. Mas, antes do amadurecimento completo, migram para o timo onde ocorre o processo final de diferenciação celular. 

  • Linfócitos B: chegam a ser entre 5% e 10% dos linfócitos sanguíneos. Quando são estimulados por algum antígeno, diferenciam-se em plasmócitos e iniciam a produção anticorpos. Apresenta citoplasma característico de células secretoras, rico em retículo endoplasmático e complexo de Golgi. Além da produção de anticorpos, as células B também são responsáveis pela apresentação de antígenos para as células T. Alguns linfócitos B ativados não se diferenciam em plasmócitos dando origem as células B da memória imunitária que reagem rapidamente a uma segunda exposição ao mesmo antígeno.

  • Natural Killer (NK)são células de defesa do sistema imune que tem a função de reconhecer as células estranhas  ao organismo, células infectadas por vírus ou com algum tipo de alteração que possa levar ao surgimento de um câncer, participando ativamente do mecanismo de vigilância imunológica. No timo, os linfócitos T diferenciam-se em diferentes subpopulações: célula T-helper, T-supressora e T-citotóxica (células NK – natural killer). Os linfócitos T-helper estimulam a transformação dos linfócitos B em plasmócitos. Os linfócitos T-supressores inibem as respostas humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária. Linfócitos T-helper e T supressores são células reguladoras. Os linfócitos T-citotóxicos agem diretamente sobre as células estranhas e as infectadas por vírus.

b) Plasmócitos: derivados de linfócitos B que durante uma resposta imunitária reconheceram antígenos e receberam instruções para se diferenciarem em plasmócitos. De formato esférico, núcleo fora do centro com grumos grandes de heterocromatina, citoplasma acinzetado geralmente basófilo em razão da presença de grande quantidade de retículo endoplasmático estas células sintetizam e secretam grandes quantidades de proteínas –  imunoglobulinas de várias classes as quais chamamos de anticorpos.

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Grânulos ressaltados em amarelo e citoplasma abundante em azul. 

c) Neutrófilos: são glóbulos brancos que apresentam núcleos constituídos por dois a cinco lóbulos e possuem dois tipos de grânulos no citoplasma: grânulos específicos e azurófilos. Tipo leucocitário mais abundante em circulação, constituem a primeira linha de reconhecimento e defesa contra agentes infecciosos no tecido, tradicionalmente iniciam uma inflamação aguda e são responsáveis por uma resposta imune pró-inflamatória eficaz. Apresentam a capacidade de sair do interior de vasos sanguíneos intactos (diapedese) e invadir tecidos para defender nosso organismo.

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Na lâmina ao lado, observe o núcleo formado por dois a cinco lóbulos ligados entre si por finas pontes de cromatina. O neutrófilo jovem (imaturo) não apresenta núcleo segmentado, sendo este em forma de bastonete, o que denomina a célula nesta fase. O grânulos dispersos em seu citoplasma podem ser específicos (menores) ou azurófilos, sendo que estes últimos correspondem aos lisossomos.

d) Eosinófilos: menos numerosos que os neutrófilos, mas aproximadamente do mesmo tamanho. Em geral, o núcleo é bilobulado, sendo que a principal característica para identificação deles é a presença de granulações ovóides que se coram pela eosina (acidófilas).

Repare no citoplasma os grandes grânulos corados por eosina. Essa característica marcante é chamada de núcleo bilobulado. Quando os eosinófilos são observados em microscópio eletrônico, pode-se identificar um corpo cristalino ou cristaloide no centro dos grânulos.

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e) Basófilos: menos de 1% dos leucócitos do sangue, são os mais raros. Possuem núcleo volumoso e com formato que lembra a letra "S". O citoplasma é carregado de grânulos maiores do que os outros granulócitos contendo histamina, heparina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos.

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Reconhecidos por seus grânulos proeminentes preto-azulados, morfologicamente caracteriza-se como uma célula relativamente grande, citoplasma abundante, róseo, rico em grânulos basófilos. Também possuem estruturas citoplasmáticas elétron-densas chamadas de corpos lipídicos, ricos em ácido aracdônico. O núcleo multilobulado apresenta cromatina densa.  

f) Monócitos: localizados na periferia do citoplasma, são os maiores leucócitos observados, têm núcleo ovoide em forma de "rim" ou "ferradura". Grânulos azurófilos muito delgados estão presentes no citoplasma.

Monócito com característica de núcleo ovoide em formato de rim, sua cromatina é mais clara e seu citoplasma possui granulações pouco visíveis. Seu citoplasma contém lisossomos, vacúolos fagocíticos e filamentos de citoesqueleto. Essas células são responsáveis pela produção de mediadores inflamatórios, além disso são recrutadas para locais de infecção ou de tecido danificado.

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© 2022 by Paulo Santos. 

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